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MARIA HÉLIA CRUZ DE LIMA
( BRASIL - CEARÁ )
Nascida em Canindé (CE).
Jornalista com pós-graduação em Rádio, Televisão, Propaganda e Publicidade.
Poeta e técnico do Tesouro Nacional - Maranhão.
Viúva. Radicada no Maranhão, desde o seu casamento. Possui cinco filhos.
NOVA POESIA BRASILEIRA. Capa: Christina Oiticica. Rio de Janeiro: Shogun Editora e Arte Ltda, 1986. 124 p. No. 10 856
Antologia cedida gentilmente pelo livreiro BRITO, de Brasília.
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda
ALCÂNTARA - MARANHÃO
A ti, agora invade
a branca escuridão
Ó, histórica cidade
Alcântara - Maranhão.
Tuas notáveis ruinas
trazem a revelação
de facetas genuínas
da nossa evolução...
Interessa a tua história
a toda a humanidade;
O teu símbolo de glória
brilha na tua humildade.
Já, a tua população
não é rica... mas carente;
ontem ouro, hoje carvão
é, porém, a nossa gente...
Orgulhosa Alcântara
dos tempos do Império...
Gênio mau a encantara
num indecifrável mistério.
Ostentava-se a nobreza
exibida pelo ouro...
No fundo, maior riqueza
assinalava um mouro.
Talhados em cantaria
fortes e belos portões
conferiram horaria
a veneráveis barões
detentores do poder,
os quais, na sua altivez,
sugavam, até morrer
o escravo com malvadez...
Alcântara, a implantação
de pelourinho e senzala
é voz da escravidão
no ar, a amaldiçoá-la.
Não mais a tua saudade
dos tempos dos esplendor,
mas, a radioatividade
— irreversível temor —
Há séculos, tu deitada
à beira mar, a dormir
Para acordar irradiada
“Alfa” e “Beta” a emitir.
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